ELSEVE LIGHT-POO... VALE A PENA?

Fui viajar e pronto. Esqueci meu shampoo e condicionador. Fui até a drogaria mais próxima para comprar. Procurei pela linha OX, que é a que tenho usado há uns 6 meses e definitivamente não irei trocar por outra tão cedo. Mas de repente, bum! Vi um "tudo em um" da Elséve.

Eu estava viajando, e o que mais queria naquele momento é praticidade. Nunca, mas nunca mesmo, fui fã de coisas 2 em 1, 3 em 1, tudo em 1. Mas o produto era L'Oreal, e ruim não poderia ser. Então fui pela praticidade e pelo preço, já que a embalagem de 400ml é quase o preço de um shampoo + condicionador.

Outra coisa que me chamou atenção foi ser sem sulfatos e petrolatos, que é aquilo que justifica algo ser QUALQUERCOISA-POO. Vai Junior ler a composição, e realmente, não há. Há sais, mas não no peso molecular dos sulfatos, e não há nenhuma bugiganga oleosa mineral pra empobrecer cabelo.

Vou confessar que essa históra de Light-Poo, Low-Poo e No-Poo tem me deixado um pouco perturbado porque isso tem virado uma filosofia de vida para algumas pessoas ultimamente, as quais tem levado o assunto tão a sério quanto alguns veganos extremistas que vemos por aí. O fato é que tem pessoas que praticam o QUALQUERCOISA-POO, seja com cosméticos ou com receitas caseiras envolvendo lavagem com bicarbonato seguidas de lavagem com vinagre. Nunca experimentei nenhum dos dois, e esse produto foi o mais próximo que já cheguei disso algum dia.

Independente do que seja ou quem faça, não tente me convencer a entrar na onda de lavar o cabelo, por exemplo, só com condicionadores. Vivemos em um ambiente tão viciado e contaminado de poluição, bactérias, fungos e germes que eu não conseguiria imaginar tratar meu cabelo assim, sem algo que realmente me fizesse sentir com ele limpo, sem resíduos pelo menos até o dia seguinte. Comigo isso não funciona, assim como usar apenas esse produto da L'Oreal não funcionou, e dois dias foi o suficiente para meu cabelo ficar uma coisa tão nojenta de dar medo.

Eu segui o modo de usar de maneira correta. A única coisa que fiz de diferente foi aplicar em pequenas quantidades por pequenas mexas ao invés de pegar um punhado na mão e de uma vez espalhar tudo aquilo na cabeça. Com o cabelo bastante molhado, massageei bem tanto o cabelo quanto a raíz, afinal, ele diz que limpa, e se tem uma coisa que preciso que fique limpa é a raíz. Também informa que não faz espuma, mas forma um creme bem agradável. Quando saí do banho e sequei o cabelo, ao passar os dedos pela raíz eu ainda sentia resíduo. Fios grudados e um sebo em volta, parecia uma cera. Achei péssimo. Mas ao longo dos fios o resultado foi ótimo. Pontas hidratadas, desembaraçado, brilhando, cheiroso e extremamente macio. No mesmo dia tive que lavar novamente de tão grosseiro que ficou, e resolvi enxaguar com mais atenção na raíz. Não resolveu muito, mas não ficou tão ruim quanto da primeira vez. No dia seguinte usei novamente, e estava bem desapontado com ele, pensando em jogar fora.

No terceiro dia, quando acordei, foi um susto. Parecia que eu não lavava o cabelo havia uma semana, uma coceira de quem estava perdido e com piolhos numa ilha deserta. Na hora entrei no chuveiro e puxei um shampoo qualquer, podia ser até detergente se tivesse, eu só queria tirar aquela nojeira toda e ver meu cabelo normal. Depois de lavar com um shampoo vagabundo qualquer, descobri que eu não tinha condicionador e então resolvi fazer outro teste: aplicar o Light-Poo apenas nas pontas como um condicionador. Depois de aplicado, penteei o cabelo, porque o próprio resíduo que fica no pente já é o suficiente para aqueles lugares em que não se aplicou. Massageei as pontas por uns dois minutos e enxaguei.

Olha... foi o melhor resultado que já tive e que nem com condicionadores comuns já consegui. Tanto a hidratação, quanto o concionamento que o Light-Poo dão é bastante diferente de condicionador. Eu já havia sentido isso quando usei somente ele, mas o resultado é mais impressionante quando se lava com um shampoo e usa ele apenas da metade dos fios às pontas. A textura fica até diferente, mais cremosa, que com o cabelo molhado fica mais leitosa e uniforme, pegando todos os fios com muita facilidade. Agora eu até espero um pouco antes de usar o secador, e não seco 100%, deixo daquele jeito que aparentemente parece seco, mas ainda úmido ou "gelado" no toque.

O resultado ao usá-lo após uma primeira lavagem é tão impressionante que aboli o condicionador da OX. Agora uso apenas o Shampoo OX Revitalizante (o qual já avaliei), e depois de bem limpo, uso o Light-Poo da metade às pontas.

Ele ficou tão hidratado que nem depois que modelei com a prancha ele ficou com aquele aspecto seco e desidratado, o que me faz pensar que além de tudo ele também seja um protetor térmico.

Então, vale a pena? Vale, mas ele definitivamente não pode ser usado sozinho. Pode ser que alguém use e goste do resultado, mas eu não acho que com o tempo ele não deixe um aspecto muito higienico e, por isso, um bom shampoo com sulfato é uma boa opção para a retirada do excesso de resíduos que ele pode deixar.

OX PLANTS PURIFICANTE... VALE A PENA?

Na postagem anterior falei da linha OX Reconstrução Profunda, e depois do shampoo e condicionador terem acabado, posso dizer com toda certeza que eles são excelentes, mesmo com um perfume forte e bastante enjoativo. Mantenho tudo que disse sobre eles, ainda acrescento que meu cabelo não precisou de absolutamente nada enquanto usava os dois. O brilho, a maciez e a uniformidade já pode ser sentida nos primeiros dias, mas depois de um mês de uso a diferença da qualidade que os fios ficam, em comparação com outras marcas, é impressionante.

Feliz com os resultados, resolvi experimentar a linha Plants. Já havia usado uma vez, não lembro qual extrato, mas a embalagem era rosa e transparente, um cheiro delicioso e muito leve.

Dessa vez peguei o Purificante, da cor verde clara. Para minha surpresa a marca estava em promoção na loja que comprei e pudia levar dois shampoos pelo preço de um. O outro shampoo é de outra linha, a qual comentarei quando começar a usar.

Diferente do que fiz da vez anterior, dessa não esqueci de sentir o cheiro. Um cheiro de campo delicioso e agradável, um contraste depois do aroma incrivelmente doce da linha Reconstrução Profunda.

Para minha surpresa, o shampoo é transparente (saudes de quando a linha OX tinha aquela embalagem linda, transparente). Surpresa porque ultimamente os produtos que tenho escolhido são todos opacos, e a característica principal do transparente é seu poder adstringente.

Assim como o nome diz, ele realmente é purificante. Ao menos é essa a sensação que se tem. Tudo já começa pelo cheiro, que traz um frescor muito bom no banho. Essa sensação de frescor a gente também sente no couro cabeludo muito levemente, o que é bastante relaxante.

Mas uma dica... para funcionar bem, é necessário fazer duas lavagens.

Como eu lavo os cabelos todos os dias, eu não costumo fazer duas lavagens, mas por ser transparente e ter um poder adstringente mais forte, é difícil espalhar bem o produto logo na primeira vez porque além das cutículas estarem fechadas, o produto se adere às moleculas de óleo e sujeira muito facilmente, e aí não faz espuma mesmo, ficando difícil lavar.

Então o que eu faço é colocar uma quantidade muito pequena e espalhar nas duas mãos, e assim espalhar pelos cabelos já molhados. Faço uma massagem de leve, apertando os cabelos nas mãos e aí enxáguo com ajuda de um pente. Tudo muito rápido, porque realmente não é necessário muito.

Por que faço isso?

Porque assim as cutículas já começam a abrir e as moléculas mais pesadas já saem nessa "pré" lavagem, o que facilita demais na hora de fazer a segunda aplicação que, aí sim, coloco uma quantidade maior, aquela que normalmente uso para uma lavagem completa. Novamente espalho sobre as mãos para depois espalhar sobre os cabelos já molhados. A espuma se forma rapidamente, é abundante e ajuda o produto a se espalhar por todos os fios muito fácil. Volto a enxaguar com ajuda de um pente e pronto. Cabelo muito limpo e sem precisar de muito produto.

O condicionador também é muito leve, um cheiro igualmente agradável, deixando os cabelos desembaraçados, hidratados e, pasmem, sem resíduos.

Já faz uma semana que uso os dois diariamente e meu cabelo não apenas está com a oleosidade mais controlada como também mantém aquele brilho de limpeza até o dia seguinte. Cabelos presos ou soltos, a maciez continua a mesma.

Definitivamente a OX vem me surpreendendo. Além de ser barata, sua linha de tratamento oferece uma qualidade quase profissional. Vale a pena comprá-lo, usá-lo e não trocar por um bom tempo.

É o que estou fazendo.

OX RECONSTRUÇÃO PROFUNDA... VALE A PENA?

Sempre gostei da linha OX. É uma marca cosmética intermediária bastante interessante para quem quer pagar bem e levar um ótimo produto, e o melhor é que você encontra em qualquer lugar.

Prefiro os produtos mais botânicos da marca, aqueles com extratos naturais de alguma flor, planta, fruta, etc... costumam ter uma composição muito balanceada e suave.

Resolvi experimentar essa linha Reconstrução Profunda. Estava isolada na prateleira em um excelente preço (shampoo: R$7,50; condicionador: R$11, 30), não comprei a máscara de tratamento. Até achei um pouco estranho o preço estar tão baixo, mas tudo bem.

Como sempre, fui na composição e achei bastante interessante porque tanto o shampoo quanto o condicionador possuem uma mistura bem legal de proteínas e óleos essenciais. Além do que a composição do shampoo promete limpeza profunda, ainda mais porque o rótulo não indica o pH, mas informa que ele é baixo. Mas peraí... o do condicionador também informa a mesma coisa!

Estranho.

Estranho porque o condicionador não deveria ter um pH baixo, ele deveria ser ou levemente ácido, ou mais próximo ao neutro para equilibrar os fios e as cutículas não ficarem tão abertas. Mas tudo bem. Sem pensar muito na química, vamos para a prática.

Se teve uma coisa que eu me arrependi profundamente foi não ter cheirado o shampoo e condicionador antes de comprar. Eu sempre faço isso, mas não sei por quê, hoje esqueci. Foi um arrependimento em dose dupla porque, sinceramente, o perfume é simplesmente horroroso! É forte, enjoativo e não sai do cabelo por nada. A impressão que e tive é que mergulhei minha cabeça no doce de leite e depois usei o perfume mais doce da Avon.

Sério mesmo, é um cheiro tão forte que me ardeu o nariz e doeu a cabeça.

O shampoo tem uma cremosidade perolada, e ele não faz tanta espuma porque a quantidade de sais é reduzida. Na hora do enxague senti o cabelo pesado, com uma sensação residual que não foi agradável, mas acredito que seja por conta dos óleos presentes.

Já o condicionador é mais leitoso. Fiz como o rótulo indicou e eu gostei bastante porque não deixou o cabelo mais pesado ainda, saiu com facilidade no enxague e o residual é imperceptível.

Usei o secador de cabelos e o resultado é muito bom.

Como esperei, o cabelo ficou com aspecto pesadão, reto, mas mesmo assim solto, macio e muito, muito brilhante, com frizz bastante reduzido. Talvez isso aconteça por conta da concentração de proteínas (que é o atrativo do produto), além disso também deixar a textura dos fios bem uniforme. E olha que nem sequei com secador profissional, nem nada. Foi esses de viagem mesmo.

O resultado me surpreendeu. Dá vontade de ficar passando a mão no cabelo o tempo todo. Só espero que esse resultado positivo seja progressivo e que essa sensação de peso não piore. Mas devo admitir que, por causa do perfume, não sei se irei aguentar usá-lo por mais de uma semana.

Então valer a pena comprá-lo pelo resultado, vale. Mas o perfume realmente é um fator negativo que incomoda bastante por ser forte, enjoativo e ruim mesmo. Uma grande pena, pois a composição é excelente e o resultado foi além do esperado.

DOVE REGENERATE NUTRITION... VALE A PENA?

Se tem uma coisa boa que a Unilever fez foi trazer a linha Advanced Series da Dove, que é uma linha que podemos enquadrar como intermediária. Embora seja uma marca popular, essa linha se difere da tradicional por ter foco em subtâncias ativas naturais e uma fórmula mais leve e balanceada.

Agora, se tem uma coisa boa que a linha Dove fez, foi abolir os petrolatos na fórmula desse shampoo e condicionador.

Mas não se enganem. Não é toda linha Advanced Series que não possui parafina líquida. A série Dry Oil infelizmente tem, a qual já fiz comentários AQUI. O que foi realmente uma grande pena, porque o foco dessa série é o uso de óleos refinados naturais, e de repente você enxerga uma parafina liquida no meio da composição estragando com tudo. Não foi legal mesmo. Não é um produto ruim, mas pagar caro para se ter isso, prefiro comprar a linha Pantene tradicional.

Talvez pensando nesse grande erro, a série Regenerate Nutrition não possui óleo mineral. Ainda não testei o óleo de reparação nem a máscara de tratamento, mas me lembro de não ter encontrado petrolatos na composição de nenhum deles quando dei uma analisada rápida. Posso estar enganado. Enganado posso estar também sobre o shampoo e condicionador, mas a composição deles me garante que não tem, e no uso diário até acredito que realmente não tenha uma parafina escondida porque o cabelo responde muito bem ao produto ao longo dos dias.

Para começar, a textura é muito leve. O shampoo é perolado e muito cremoso, e se você espalhar bem pelo cabelo bem molhado, ele faz uma espuma absurda e com pouco, o que não garante qualidade, mas ao menos limpa. Se massagear bem os fios e o couro cabeludo, tudo sem pressa, o cabelo fica bastante limpo em apenas uma aplicação.

Quando eu lavo os cabelos geralmente uso um pente pro enxague ser mais profundo e os resíduos de shampoo e sujeira sairem com mais facilidade. Lavo todos os dias, e com esse shampoo a sensação de fio limpo é nítida. Os fios ficam lisos, uniformes e leves. Nada de sensação ensebada ou mal lavada depois e nem nos dias seguintes porque não tem molécula pesada de parafina pra acumular.

Com o condicionador eu sigo o mesmo processo, enxáguo com pente pra tirar o resíduo mais profundamente e... maravilha. Novamente não fica aquela sensação de condionador que não sai do cabelo e nem das mãos. Não demora muito para o grosso do condicionador sair e desembaraçar.

A conclusão é que depois de seco o cabelo fica extremamente leve, brilhante e sedoso. Claro que para isso você precisa seguir procedimentos de lavagem e secagem que eu já comentei aqui. Se lavar de qualquer jeito ou secar de qualquer jeito, a sensação será diferente porque é seu cabelo que ficará mal lavado ou danificado.

Um milagre a Dove ter feito jus ao preço que se paga nesse produto em não adicionar óleo mineral em sua composição. O perfume ainda não é muito agradável, mas se acostuma e fica melhor no dia seguinte. Comprei por experiência e garanto que mais uma vez me surpreendi, mas volto a dizer que, no preço que se paga por ele, existem marcas intermediárias que oferecem muito mais. E sobre isso a marca precisa ficar esperta.

NATIVA SPA BLUEBERRY... VALE A PENA?

Já dei uma boa explicação sobre shampoos e condicionadores nos posts anteriores, e como disse neles, existem produtos populares e intermediários muitos bons e que não precisam ser de linhas profissionais.

Dentre a linha dos produtos intermediários, resolvi experimentar a linha Nativa SPA Blueberry, d'O Boticário.

Essa linha, como é informado no próprio rótulo, é indicada para cabelos quimicamente tratados. As informações contidas na embalagem não especificam para quais tratamentos o cabelo tenha passado, mas acredito que o foco seja para aqueles com progressivas, já que consta a informação que o cabelo se manterá liso e disciplinado por mais tempo em comparação com produtos comuns da própria marca. Obviamente que, se seu cabelo não é, não tem problema algum, porque a linha Nativa SPA é rica em compostos naturais na sua composição e a formulação é sempre bastante equilibrada e leve.

O valor, assim como é o valor de toda linha intermediária, não é barato como as linhas populares, mas também não é caro como as profissionais, e para quem quer investir em algo que, além de higienizar, também trate dos fios, essa linha vale muito a pena.

O shampoo contém 400ml e o condicionador 250ml. Eu achei isso ótimo porque geralmente usamos uma maior quantidade de shampoo do que condicionador, e quando um acaba, sempre sobra o outro. Com esses dois isso não acontece, porque os dois acabarão praticamente juntos. Pode ser que um acabe antes que o outro, mas a diferença é muito pequena. Isso é bom porque assim não fica aquela mistura de produtos diferentes pra não ter desperdício quando usamos um shampoo de outra marca ou linha até o condicionador acabar. Então, ponto positivo para isso, porque não é o que geralmente vemos acontecer com outras marcas, até mesmo em algumas profissionais.

Outro ponto muito positivo é que ele não possui derivado de pretróleo na composição, como acontece nas linhas populares. Isso já é um grande alívio, porque o resultado que se tem é mérito do próprio produto e de sua formulação, e não porque a parafina líquida ajudou no falso resultado.

A conclusão disso é: cabelos limpos, hidratados, brilhantes e leves, além da agradável textura aveludada, que também é prometida no rótulo informativo.

O shampoo é tão bem equilibrado na sua composição que, na primeira lavagem (que é sempre mais difícil porque o cabelo está com bastante sujeira), ele nem pode fazer tanta espuma como a gente espera e gosta, mas é na hora do enxague que a gente percebe que limpou mesmo assim. Na hora de repetir a lavagem a espuma se forma abundantemente, e não é aquela espuma de bolhas grandes, é aquela espuma cremosa, parecida com um chantilly.

E acredite, precisando ou não de uma segunda lavagem, você ficara tentado(a) a repetir, porque a essência do Blueberry dá um cheiro delicioso, agradável, de deixar qualquer um feliz.

O condicionado também é excelente. Bastante concentrado, não é necessário muito para cobrir todos os fios, e por não ter uma consistência muito oleosa e ser "parafina free", você não precisa se preocupar em aplicar apenas nas pontas. Você pode começar pelas pontas e depois, tranquilamente, massagear por todo o cabelo. Por ter muitos extratos naturais, eu deixo agir por alguns minutos e faço o enxague.

E é na hora do enxague que a gente percebe como ele é bom. Para quem leu meus posts sobre condicionadores, viu minha dica dizendo claramente que o condicionador bom é aquele que, na hora do enxague, o cabelo esteja desembaraçado sem estar ensebado de resíduo. Claro que, assim como qualquer condicionador, o enxague tem que ser bem feito e mais demorado que o do shampoo, mas mesmo assim o resíduo do produto é mínimo. Aspecto ensebado quase zero, ao mesmo tempo que pentear o cabelo fica bastante fácil.

O resultado de tudo isso eu consegui ver em uma semana e fiquei surpreso, mais do que com a linha Dove Pure Care Dry Oil. Mas confesso que, depois de experimentar essa linha d'O Boticário, eu pago um pouco mais, mas não pretendo voltar para um produto mais popular (e com parafina) tão cedo.

DOVE PURE CARE DRY OIL... VALE A PENA?

Confesso que tenho um pouco de preconceito das ditas "linhas avançadas" de marcas populares, com excessão da L'Oreal, cuja linha avançada é a profissional de verdade.

O preconceito vem porque geralmente paga-se caro por produtos que prometem muito e dão poucos resultados, quando é só juntar um pouco mais e comprar uma linha profissional.

Mas essa linha da Dove me surpreendeu por completo.

Eu via o shampoo e condicionador na prateleira, mas o preço não me agradava. Era caro e achava no meu preconceito que ele não daria resultado, até porque o condicionador e o óleo tinham uma coisa que não suporto: parafina líquida.

Um dia me deixei cair em tentação, e resolvi dar um voto de confiança. Primeiro porque a embalagem é bastante atraente, segundo porque tanto o shampoo, quanto o condicionador e o óleo nutritivo, possuem em sua composição três óleos essenciais diferentes. E isso atraiu minha curiosidade.

A princípio gostei mais do condicionador do que do shampoo. Achei a composição do shampoo oleosa, mas depois que passei a espalhar melhor pelo cabelo, a massagear até fazer bastante espuma, e a enxaguar melhor até não sobrar resíduos aparentes, passei a gostar mais dele. O condicionador, embora tenha a bendita parafina líquida, tem uma consistência mais pastosa, diferente dos condicionadores comuns. Ele tem a cor e a consistência de um doce de leite, e por incrível que pareça, ele não tem um aspecto tão oleoso como o do shampoo.

O óleo nutritivo, que seria a versão da Dove do Óleo Extraordinário da Elseve, foi o último que comprei. Ele foi o que, de longe, mais me surpreendeu. Embora também tenha a porcaria da parafina líquida, como disse, ele possui uma concentração de três óleos diferentes (na verdade não lembro se é essa a quantidade mesmo ou quais óleos são, porque não tenho mais a embalagem, mas garanto que são vários).

Eu sempre tive medo de óleos nutritivos. Primeiro porque meu cabelo é oleoso, segundo porque eles sempre deixavam um aspecto mais oleoso ainda, com fios grudados e uma sensação de hidratação apenas aparente enquanto o produto estava nos fios.

O modo de usar diz que ele pode ser usado como tratamento hidratante antes do shampoo, nos cabelos úmidos, nos cabelos secos, ou como protetor térmico. Lavei bem os cabelos com o shampoo e condicionador da linha e, com ele úmido, espalhei aos poucos o óleo nos fios. Não usei a dose recomendada na embalagem, borrifo apenas uma gota, espalho nas mãos e passo nas mexas, e assim repito até perceber que o cabelo todo foi tratado. Depois eu penteio, pra deixar tudo mais uniforme e ajudar na hidratação.

Alguns segundos depois de ter passado o produto, já é possível sentir o poder hidratante dele no cabelo ainda úmido. Ele fica mais maleável e mais leve (sim, mais leve). Deixo um tempo assim, e só vou usar o secador uma meia hora depois.

Depois de usar o secador, o resultado é impressionante. A hidratação, além de visivelmente notável, também é sentida nos dedos. Não fica pesado e não fica com o aspecto oleoso. Ele deixa uma textura muito suave nos fios, que deixa hidratado sem peso, que dá brilho com naturalidade e uma maciez que há muito tempo eu não sentia.

Lembrando que isso tudo eu consigui usando ele com o cabelo úmido e depois finalizado no secador.

Já faz uma semana que uso diariamente, e o que mais me deixou surpreso é que no dia seguinte meu cabelo continuou do mesmo jeito. Sem oelosidade excessiva. Pelo contrário, a oleosidade excessiva que eu tinha no fim do dia até diminuiu.

A única coisa que realmente estraga este produto é o cheiro, que não é agradável. Lembra perfume velho. Fica mais agradável algumas horas depois, e se molhar o cabelo ele volta a exalar (mas mais fraco e agradável). E lógico, não poderia deixar de citar novamente a parafina liquida, que obviamente irá se acumular com o tempo e um anti-resíduos será inevitável no fim do mês. Também não gostei da embalagem. Ela é charmosa e simples, mas o rótulo adesivado ao invés de impresso diretamente no vidro realmente empobreceram o produto final como um todo. Eles poderiam ter feito um frasco menor apenas com o concentrado de óleos naturais, ao invés de utilizar a parafina para dar mais volume e consistência, e ter evitado o adesivo, né? Se tivessem feito isso, aí sim esse óleo teria um aspecto mais premium e profissional.

Mas de qualquer forma, toda a linha é recomendadíssima, principalmente o óleo.

MÁSCARA CAPILAR... O QUE É ISSO?

As máscaras capilares são velhas, embora ainda existam, a qualidade avançou muito desde aqueles potes com três cores. Hoje em dia qualquer marca (populares, intermediárias ou profissionais) possuem linhas completas de tratamento que incluem também as máscaras.

A máscara não é um condicionador, e um condicionador também não é uma máscara, mas os dois se complementam.

Embora a composição da máscara e do condicionador muitas vezes tenha algumas substâncias iguais, a concentração deles é bem diferente. A máscara, inclusive, é enriquecida com outros agentes ativos que o condicionador comum não é capaz de depositar nos fios. A máscara é mais pesada e utilizá-la da mesma forma que um condicionador, como já vi algumas pessoas fazerem, irá deixar o cabelo igualmente pesado com o tempo, e ao invés de ser benéfico, irá apenas atrapalhar.

Elas são basicamente divididas em duas categorias: as nutritivas e as recontrutoras.

As máscaras nutritivas sempre terão em sua composição agentes protéicos, lipídicos e vitamínicos como a arginina, ceramidas, pantenol (vitamina B5), proteínas do leite, do trigo, dentre outros. Tem a intenção de serem depositadas entre as cutículas dos fios, resgatar a umidade natural, fortalecer as fibras, devolver o brilho e a sedosidade.

As máscaras reconstrutoras terão muito da composição das máscaras nutritivas, mas também terão proteínas reestruturantes, como o colágeno, cistenína, creatina e queratina. Mas a principal, a rainha de todas, é a queratina, já que a maior parte da estrutura do cabelo é feita dela.

Portanto, é necessário olhar a composição no rótulo da embalagem. O produto pode dizer ser reconstrutor, mas não ter proteínas reconstrutoras. Neste caso ele não fará reparação, apenas hidratação. O mesmo quando dizer ser nutritivo, mas na composição apresentar a queratina hidrolizada.

Tá... mas e daí?

E daí que a nutrição sempre vem antes da reparação. Ao usar produtos reparadores, você estará selando as cutículas e impedindo a entrada e saída de nutrientes, e seu cabelo poderá até ficar revitalizado, mas não estará hidratado.

A hidratação pode ser feita mais de uma vez na semana, enquanto no tratamento reparador a indicação é uma vez por semana, ou a cada 15 dias com produtos profissionais, cuja concentração de queratina tende a ser maior e geralmente são livres de óleos minerais (aqueles provenientes do petróleo).

Essa limitação no uso das máscaras reconstrutoras é por conta da concentração de queratina. A queratina (e até mesmo o colágeno) em excesso, enrijecem os fios. Eles ficam mais duros, sem balanço, grossos e opacos.

Anos atrás, quando eu não tinha conhecimento disso, caí na besteira de adicionar a queratina líquida em tudo quanto era coisa, e de repente meu cabelo ficou duro. E foi bem de repente mesmo. Em um dia estava ótimo e no seguinte enrijeceu. Quando eu esfregava os fios entre eles, eu podia até ouvir um rangido meio de plástico. Trash!

A experiência me mostrou que até esse excesso sair naturalmente, demora. E pior que isso é não haver hidratação que resolva, pois como dito, os fios estão selados, impossibilitando a entrada e saída de nutrientes.

É difícil chegar a esse ponto apenas com o uso de máscaras, até porque não é todo dia que temos tempo para ficar mais de uma hora cuidando apenas do cabelo, já que só a máscara, para ter um resultado efetivo e duradouro, deve ficar em decanso por, no mínimo, 10 a 20 minutos. Algumas máscaras informam resultado em até 5 minutos, que pode ser feito durante o banho mesmo, mas isso é para resultado imediato, que no máximo durará mais uma lavagem.

Tem gente que enriquece a hidratação com a queratina líquida (como eu fazia anos atrás). Tem que tomar cuidado com isso, principalmente se a máscara já possuir a substância em sua composição. A dose recomendada da queratina líquida nas máscaras é coisa de gotas, e deve ser bem misturado porque a queratina é oleosa e difícil de se dissolver. Mas isso é mais recomendado para cabelos que passam por processos químicos frequentes. Os cabelos sem química ou que raramente passam por esses processos, não precisam de mais queratina além daquela já presente no produto. O que não impede vez ou outra um tratamento reconstrutor mais profissional.

Há muitas máscaras populares e intermediárias boas no mercado, mas o problema é sempre o mesmo, 95% delas são compostas por parafina líquida. Os outros 5% ficam por conta do silicone líquido. Uma linha que me surpreendeu muito foi a linha Seda Professional, que tem 5 tipos de máscaras, uma para cada necessidade. Não é caro, também não oferece um resultado a longo prazo, mas cumpre bem o papel. Gostei muito da linha Pantene e OX também. E pra dizer a verdade, as vezes eu misturava todas elas, haha...

Claro que se você quer um resultado a longo prazo, com substâncias mais puras, as linhas profissionais são sempre as melhores opções e valem o preço que se paga porque não é sempre que se usa. Então dura bastante. L'Oreal é a mais comum, inclusive nos saloes. Kérastase e C.Kamura também. Lembrando sempre de verificar sua composição e de que as dicas aqui são para cabelos lisos e levemente ondulados. Para cabelos cacheados e crespos, a linha de tratamento se diferencia bastante. Se alguém tiver outras marcas para recomendar, deixe nos comentários.

COMO SECAR O CABELO?

Assim como lavar o cabelo, secá-lo também exige cuidado e uma paciência quase tibetana.

Se me irrita quando vou aos salões e as "lavadoras de cabeça" lavam meu cabelo como se fossem lavadeiras de rio, eu quero morrer quando elas vão secar meu cabelo.

Elas geralmente jogam a toalha na cabeça e esfregam, como se estivessem areando uma panela. Eu já cheguei a gritar no salão por causa disso. Dói. Meu cabelo e minha cabeça não é qualquer coisa. Esfregar não vai secar meu cabelo mais rápido. Só vai embaraçar, danificar e estragar sua estrutura.

O processo de secagem se inicia a partir do momento que o processo de enxague acabou.

Primeiro retira-se o excesso de água com as mãos, apertando as mechas da raíz às pontas em um movimento parecido com o de ordenha. Posteriormente usa-se a toalha, apertando-a entre as mechas e deixando alguns segundos para que ela absorva a humidade.

Nunca friccione a toalha no cabelo. Nunca coloque o cabelo na toalha os esfregue entre as mãos, como muita gente faz. Nunca torça o cabelo porque cabelo não é pano de chão pra ser torcido.

Se optar pela secagem natural, lembre de sempre chacoalhar levemente os fios para desgrudá-los e arejar melhor. Isso facilita a evaporação da água. Penteie delicadamente logo em seguida (se quiser mante-los mais lisos) ou pressionando a toalha (se quiser mais ondulados).

Se optar pelo secador de cabelo, evite deixar na temperatura mais quente. E mesmo na temperatura média, mantenha a saída de ar com uma boa distância dos cabelos para evitar o calor direto e não ressecá-los demais. Também não opte pela secagem 100%. Pare de secar quando não tiver mais o aspecto molhado, mas que ao toque você sinta uma leve umidade. Essa leve umidade é perceptível quando você desliga o secador e o cabelo esfria rapidamente, ficando até um pouco "gelado". O uso da temperatura mais alta e da secagem 100% devem ficar restritas para aquelas situações de pressa, no dia a dia evite-as. Agora, se tiver jato de ar frio, pode utilizá-lo para atingir a secagem 100%.

Lembrando que essas dicas, assim como todas no Blog, são para cabelos lisos aos levemente ondulados. Cabelos cacheados e crespos merecem uma atenção diferenciada, principalmente na secagem.

COMO LAVAR O CABELO?

Se tem uma coisa que me irrita profundamente é ir em um salão e, na hora da lavagem, a pessoa lavar meu cabelo como se tivesse lavando roupa.

Existem duas regras básicas para se lavar o cabelo:
1) Não se esfrega o couro cabeludo.
2) Não se esfrega o cabelo.

Essas pessoas contratadas apenas para lavar cabelo parecem não saber que ele é uma estrutura delicada. Para a maioria delas, cabelo é cabelo. É só um fio que cresce na cabeça. Na pressa para não atrasar o próximo cliente, acreditam que esfregar a cabeça da pessoa como se tivesse lavando uma bola de capotão deixa o serviço mais ágil.

Além de limpar nada, esse "procedimento" mais machuca e irrita o cliente do que qualquer outra coisa.

Incompetência não delas, mas dos cabeleireiros (ir)responsáveis que não ensinaram o processo corretamente.

NO USO DO SHAMPOO

O modo correto de lavagem do cabelo envolve paciência, quase uma meditação. O certo é aplicar o shampoo diretamente na raíz, para que o surfactante aja diretamente onde há mais oleosidade primeiro, e a espuma, que possui menor quantidade do surfactante, aja nas pontas, que são menos oleosas e mais secas.

Para quem tem cabelo curto, jogar uma boa quantidade na mão de uma só vez e espalhar pela cabeça é suficiente, mas para quem tem cabelo longo, fazer isso não funciona.

Para os cabelos longos, ao invés de colocar uma boa quantidade direto na palma da mão e espalhar, a melhor opção é aplicar uma pequena quantidade em cada área: franja, topo da cabeça, laterais e nuca. Retire o excesso de cabelo, deixe a raiz mais exposta e espalhe o shampoo diretamente sobre o couro cabeludo nessas áreas. Você não gasta mais shampoo fazendo isso. Uma pequena quantidade em cada área é equivalente à quantidade que você usaria se fosse aplicar tudo de uma vez só. A diferença é que, ao fazer isso, você estará usufruindo melhor da função do shampoo, que é limpar.

Depois de aplicado o shampoo nessas áreas e diretamente no couro cabeludo, aí sim vem o processo de massagem com a ponta dos dedos. Deve-se enfiar os dedos por dentre os cabelos e massageá-los circularmente. Eu sempre começo pela nuca, e vou subindo meus dedos até o topo da cabeça. O mesmo faço com as laterais. E da franja para o topo da cabeça. Depois repito o processo, mas ao invés de movimento circular, faço movimentos horizontais e verticais com os dedos.

Couro cabeludo bem higienizado, agora é hora de higienizar os fios. Com a espuma, eu massageio primeiro por mechas. O movimento que faço com os dedos é como se eu estivesse lavando uma esponja, apertando e friccionando levemente entre os dedos e a palma da mão até as pontas. Sem força, sem aquela brutalidade das "lavadoras de cabeça" dos salões. Por fim, pego uma boa quantidade de cabelo, seguro pelas pontas e massageio delicadamente em movimento circular na cabeça. Como se o cabelo fosse uma esponja e a cabeça um prato.

Se sentiu que embaraçou, enroscou nos dedos, fez nó, ou algo parecido, não puxe. Desembarace com os dedos e continue com o processo. Puxar não apenas arrebenta o fio como também pode arrancar o fio da cabeça.

O cabelo é um tecido muito resistente como uma unidade, mas sua estrutura é delicada. Se você lavar de qualquer jeito, esfregando como as "lavadoras de cabeça", o que irá acontecer é que seu cabelo cairá mais (porque você vai tracionar os fios e a raíz), a oleosidade irá aumentar (a fricção estimula a produção do sebo no couro cabeludo), e a estrutura dos fios irá se deteriorar com o tempo (ficará poroso, arrebentado e com frizz).

Na hora do enxague é importantíssimo primeiro tirar o excesso de espuma e depois enxaguar todas as partes com muita atenção, separando as mechas, expondo a raíz e deixando a água atingir o couro cabeludo. É muito importante não deixar resíduos.

Muitas pessoas simplesmente enfiam a cabeça embaixo d'água, e quando não tem mais espuma, acham que está limpo.

Não é assim. Mesmo sem a espuma, ainda há residual, e esse residual se acumula principalmente nas têmporas, atrás das orelhas e nuca, que é por onde a água naturalmente escorre. Por isso que muitos cabeleireiros dizem que é fundamental dar atenção ao enxague correto nessas áreas.

O modo de uso de muitos shampoos hoje em dia diz "REPETIR A APLICAÇÃO SE NECESSÁRIO". Cabelos curtos e mais secos não necessitam ser lavados por uma segunda vez sempre. Os mais longos e oleoso já precisam. Também não é necessário a dupla lavagem todos os dias (caso você lave o cabelo diariamente), mas se você lava o cabelo a cada 48 horas, a dupla lavagem é obrigatória.

A dupla lavagem tem o objetivo de dividir o trabalho, além de facilitar e dar mais eficiência na higienização. Uma deve ter foco na higienização da raiz, a outra foco na higienização dos fios. Uma inicia aplicando o produto diretamente na raiz (como explicado acima) a outra pode ser espalhada diretamente por todo o cabelo. A ordem, não importa. Se a primeira lavagem for pela raiz, a segunda deverá ser pelos fios, e vice-versa.

NO USO DO CONDICIONADOR

O condicionador, ao contrário do shampoo, deve ser aplicado evitando a raiz. A melhor opção é espalhar o produto entre as mãos, jogar os cabelos para frente e distribuir entre os fios da metade para as pontas. Massagear um pouco para o produto se espalhar bem é fundamental. Jogue os cabelos para trás novamente, com um pente de dentes largos e lisos, delicadamente penteie os cabelos para espalhar melhor o produto, tirar o excesso e desembaraçar. Enxague. O que naturalmente escorrer para o couro cabeludo no enxague é o suficiente. Mas o enxague deve ser tão ou até melhor feito que com o shampoo, pois o condicionador não tem muita afinidade com a água, e retirar seu excesso pode levar um tempo maior.

Tem gente que acha que só tirar o excesso do condicionador já basta, e que o residual é importante porque hidrata o cabelo. Isso é mentira. Não deve ficar resíduos aparentes. Condicionador, como dito no post sobre condicionadores, não é hidratante, não é leave in, não é tônico, não é máscara capilar. Portanto, deve ser bem enxaguado.

Pode ter certeza que esse manual pode parecer absurdo, mas tem muita gente que não sabe lavar o cabelo por aí, incluindo muita lavadora de cabeça. Se tiver paciência e seguir essas dicas em toda lavagem, seu cabelo será outra coisa com o passar das semanas.

O CABELO "VICIA"?

Muito se fala popularmente que o cabelo "vicia". Que o mesmo tipo de shampoo ou o condicionador "param" de fazer efeito com o tempo, ou que é necessário "dar um descanso" usando outra marca.

Mas é verdade mesmo?

Isso me lembrou de uma das casas que morei com minha família. O piso era de madeira, e minha mãe fazia questão deles sempre estarem limpos e brilhantes. Quando a cera líquida surgiu, lá em meados de 90, aquela em pasta foi abandonada, bem como o enceradeira, que foi praticamente extinta de lojas de eletrodomésticos.

Com o tempo, minha mãe percebia que a cera liquida não fazia muito mais efeito e falava que o chão havia "viciado". Ela mudava de marca, voltava a brilhar, e depois embassava de novo. Um dia ela percebeu que aquela cera líquida instantânea tinha formado uma "casca" sobre o piso. Parecia um plástico. Com uma faca e uma esponja de aço, ela raspou todo o chão, tirou toda aquela "casca" grossa e velha de toda parte da casa que tinha madeira. Finalizou a limpeza com querosene e tudo parecia madeira virgem novamente. Com o piso limpo, ela voltou para a cera líquida que confiava e, ao passar, uma mágica aconteceu: o piso voltou a brilhar como da primeira vez!

O que acontecia no piso de madeira, e o que acontece em nosso cabelo, é bem parecido. Isso se chama acúmulo de resíduo.

Os fios do nosso cabelo são porosos por conta dos desgates naturais. Salvo excessões, a maioria das cabeças por aí possuem fios em que as cutículas não são bem estruturadas. Logo, porosidade e cutículas desestruturadas ajudam, e muito, na retenção de oleosidade e sujeira.

Nosso dia a dia é corrido, mal temos tempo para tomar banho direito. A falta de paciência em lavar com cuidado os cabelos também faz parte da vida de quem tem cabelo longo. E lavar mal os cabelos, junto com a porosidade e as cutículas desestruturadas, ajudam muito mais a reter oleosidade, sujeira e as substâncias inativas de shampoos e condicionadores.

O uso contínuo de um determinado produto não vicia o cabelo, ele simplesmente começa a depositar e a reter resíduos. Aí muda-se a marca, cuja concentração das substâncias se diferenciam levemente, dando o falso aspecto de que o cabelo voltou a ter "vida".

Já li muito que é importante ter mais de um tipo de shampoo na prateleira e revezar o uso entre eles ao longo dos dias. Na verdade isso é um mito infundado, reproduzido largamente por blogueiras por aí que trocam dicas caseiras entre si.

Em primeiro lugar, é necessário ter produtos bons. Não importa se seja popular, intermediário ou profissional. Aquele que você saiba que seu cabelo reage bem à sua composição sem deixar o aspecto pesado ou mal lavado. Não é errado se fixar a uma marca e a um tipo específico de produto. Pelo contrário, seus cabelos agradecem e sua paciência também.

Produtos para cabelos não são drogas viciantes, que criam dependência e cada semana que passa sofrem de abstinência e exigem produtos mais fortes. Até porque o cabelo, para quem não sabe, é tecido morto. Ele, assim como unhas e pêlos, são basicamente feitos com restos de nosso metabolismo.

O que é necessário é ter apenas dois tipos de shampoo: 1) aquele que você usa no dia a dia; 2) o anti-resíduos.

Portanto, vale a pena ler o post sobre anti-resíduos e limpeza profunda, porque o shampoo e condicionador vai fazer o que a cera líquida fazia nos tacos de casa. E quando não der mais resultado, é hora de usar o shampoo de limpeza profunda, assim como minha mãe fazia com a faca e a esponja de aço para tirar o excesso de resíduo acumulado.

E aí você vai ver, o cabelo não "vicia", e você comprava diversos tipos de shampoo à toa.

ANTI-RESÍDUOS OU LIMPEZA PROFUNDA?

O shampoo anti-resíduos, também conhecido como shampoo de limpeza profunda, virou febre na última década e entrou no mercado popular com força. A princípio chegou no mercado apresentado como pré shampoo, só que seu uso indiscriminado estragou muito cabelo por aí. Hoje em dia ele é encontrado em pratelerias de supermercado, quando antes, era apenas encontrado em lojas específicas de comésticos e produtos de beleza.

Marcas populares como Seda, Nielly e Pantene, ou as intermediárias como Vizcaya, OX, Payot, até as mais profissionais como Neutrogena e L'Oreal, já disponibilizam os anti-resíduos facilmente no mercado.

Mas as dúvidas são:

1) PARA QUE SERVE?
O anti-resíduos serve para realizar a limpeza profunda, aquela limpeza que os shampoos comuns não fazem porque são de uso diário. A alcalinidade do anti-resíduos que fica entre (7.1 a 8.5) abre as cutículas dos fios ao ponto de retirar deles todo o excesso de química, oleosidade e nutrientes inativos que se acumulam com o tempo pelas lavagens, condicionadores, tinturas, hidratações caseiras, selagens, progressivas, etc. Este tipo de shampoo acelera o processo de retirada do peso morto dos fios, mas infelizmente também leva vitaminas, proteínas e lipídios ativos, que devem ser repostos depois do seu uso. O anti-resíduos, como dito antes, não deve ser usado diariamente como os shampoos comuns.

2) COMO DEVO USAR?
Ele deve ser usado uma vez como pré lavagem (antes do shampoo comum), ou uso dedicado (apenas ele, sem uso do shampoo ou condicionador comum). Geralmente o uso dedicado é antes de algum processo químico, de hidratação ou restauração, e a lavagem deve ser feita duas vezes para que seja eliminado o máximo de resíduos possíveis para que a estrutura do cabelo fique aberta e livre o suficiente para aderir melhor as substancias ativas.

3) QUANDO DEVO USAR?
Há diversas indicações para o anti-resíduos. A melhor delas é o bom senso. Sabendo-se que ele não é um produto de uso comum e diário, devemos pecar pela falta, e não pelo excesso. Portanto, no uso caseiro (não profissional), o anti-resíduos é indicado, no máximo, uma vez por semana nos cabelos sem qualquer tratamento químico como um pré shampoo. Essa indicação para cabelos oleosos, mais grossos, ou aqueles com aspecto pesado, naquela impressão de que o shampoo e condicionador comuns não funcionam mais. É indicado a cada 15 ou 20 dias em uso dedicado (duas lavagens, sem shampoo ou condicionador comum) para uma hidratação profunda (aquela hidratação com máscara poderosa que deve agir por 20 minutos com uso de touca térmica, por exemplo). Nos cabelos com química (descoloridos, coloridos, relaxados, alisados) ele não é recomendado porque, além de ajudar a retirar a química aderida aos fios, a maioria dos procedimentos químicos profissionais já tem um processo preparatório que envolve a lavagem com um anti-resíduos que é suficiente até o próximo retoque. No caso dos cabelos descoloridos ele não é recomendado porque pode ressecá-lo ainda mais (a não ser que seja para uma hidratação intensa), Para as pessoas que realizam processo de tintura em casa, o uso do anti-resíduos é indicado um ou dois dias antes para intensificar o processo de pigmentação.

Logo, o uso de anti-resíduos deve ser bastante moderado. Já vi gente fazer uso dele como o de shampoo comum, e isso definitivamente acabou com o cabelo da pessoa ao ponto das cutículas ficarem bastante danificadas com o tempo, deixando o cabelo poroso e quebradiço.

O anti-resíduos não é um veneno para os cabelos, mas ele pode inverter os processos. Em alisamentos, como as progressivas sem formol ou selagens, a durabilidade diminui drasticamente. Usá-lo após hidratações profissionais ou até mesmo as caseiras, faz todo o trabalho ser em vão. O uso após tinturas desbota o cabelo, pois retira a pigmentação depositada nos fios. Portanto, nessas condições, ele pode significar investimento perdido, seja de tempo, dedicação ou dinheiro.

Deve-se saber pelo que seu cabelo passou ou vai passar, e se o uso do anti-resíduos será benéfico ou não. Caso as dúvidas persistam, não custa dar uma conversadinha com um bom cabeleireiro que também seja especializado em tratamento químico.

COMO ESCOLHER MEU CONDICIONADOR?

O processo de escolha do condicionador é tão chato quanto o de shampoo.

Quem nunca se deparou com aquela prateleira do supermercado que toma conta de quase um corredor inteiro sem saber pra onde olhar ou como começar a escolha?

A oferta é muita, as promessas mais ainda, mas são poucos os realmente eficientes.

Como dito no post sobre condicionadores, este produto é parte indispensável da saúde capilar, porém não é um hidratante. Ele é apenas parte do processo de hidratação. A função principal dele é diminuir a tensão da água, facilitar o penteado e mante-lo umectado e macio ao longo do dia.

O problema é que muitos deles, no fim do dia, chegam a dar aquele aspecto de cabelo sujo, oleoso. Retendo muito da poeira e impurezas do ar, mesmo seguindo uma higienização adequada, seguida do uso de um bom condicionador.

Então o que há de errado?

Primeiro lugar, pode ser que o condicionador não seja adequado para seu tipo de cabelo. Segundo lugar, pode ser que a composição dele seja muito oleosa demais. Terceiro lugar, pode ser que seu enxague não seja adequado.

Eu costumo dizer que o shampoo não é tão importante, desde que ele limpe, desengordure e higienize o couro cabeludo, mas que o ponto chave na finalização do banho é o condicionador. Ele sim deve ser de boa qualidade.

Assim como nas composições do shampoo, a impressão que se tem é que a dos condicionadores não muda muita. E não muda mesmo. O que muda é a concentração das substâncias e a qualidade delas. Nós não sabemos a concentração, muito menos a proveniência para atestar sua qualidade. Logo, devemos partir primeiramente para a confiança pela marca e o teste prático.

Quando eu compro shampoo ou condicionador, nunca opto pelos vidros grandes, aqueles de 500ml ou até de 1 litro. Sempre opto pelos menores. Essa idéia de que "os maiores rendem mais" ou "saem mais em conta", é mentira. Os vidros menores costumam ser mais caros, mas caso eu não goste do resultado, ou o produto deixa de fazer o efeito que fazia antes, eu posso abandoná-lo sem desperdício muito grande, ou usá-lo até o fim sem ter que esperar meses para acabar.

Para a escolha, deve-se partir do principio do que você precisa.

Existem marcas da linha cosmética que produzem condicionadores neutros, hipoalergênicos e balanceados, como da Johnson. É um condicionador leve, que não deixa resídual grande e serve, principalmente, para cabelos que nunca foram tratados quimicamente, ou para pessoas com certa intolerância aos componentes de condicionadores mais densos. O mesmo a ser dito sobre Natura, ou O Boticário. As fórmulas dessas marcas costumam ser mais leves. Me agrada muito os condicionadores da Natura, que também não deixam residual grande, o aroma sempre é muito bom e o aspecto aveludado que ele deixa no cabelo é impressionante.

Para os quimicamente tratados, os condicionadores devem possuir queratina e colágeno para a ajudar no início do processo de reconstrução, além de lipídios como a ceramidas e aminoácidos de proteínas hidrolizadas como a do leite e do trigo, substâncias perdidas acentuadamente com o uso de químicas. Sem dúvida recomendo os produtos de linhas profissionais com o da L'Oreal ou Kérastase, que são os mais fáceis de achar. Mas na verdade, qualquer boa loja de cosmético saberá recomendar algum produto bom. Basta não esquecer de verificar sua composição.

Para aqueles que são apenas secos, que necessitam de nutrição, a ênfase deve estar nos óleos naturais hidratantes. Óleo de amêndoas, macadâmia, argan e qualquer outro de origem vegetal são muito bem vindos.

O grande pecado dos condicionadores de marcas populares fica no excesso de produtos sintéticos como óleos minerais derivados do petróleo, a parafina liquida (também derivada do petróleo), ou o silicone, responsáveis não por hidratar, mas por dar a consistência do produto e baratear sua produção. Esses produtos sintéticos acumulam nos fios e só saem com limpeza profunda, além de camuflarem os danos, ou seja, eles apenas dão a impressão de que o cabelo está saudável, mas não trazem benefício algum aos cabelos. Os óleos vegetais presentes mesmo assim em produtos com composição sintética são adicionados em uma concentração muito baixa apenas para estar presente, e a efetividade deles é reduzida.

Já que dos males o menor, prefira os condicionadores com silicone líquido, embora seja difícil encontrar. Acho o produto menos danoso e acumulativo do que a parafina líquida, e ele realmente cria uma camada protetora mais efetiva. O essencial é não haver hidratantes sintéticos, algo que apenas acontece (se acontece) em produtos profissionais.

Tem gente que acha que condicionador bom é aquele que deixa o cabelo com aquela sensação oleosa.

Não é.

Condicionador bom é aquele que você espalha pelo cabelo e o excesso sai sem demora no enxague, sem deixar o aspecto oleoso e ainda sim não embaraçar ou enroscar entre os dedos ou no pentear. Melhor ainda quando o resultado é visível ao longo do dia, com o cabelo macio, hidratado, solto e com balanço, sem peso ou opacidade. Se nada disso acontece, pode ter certeza que a qualidade é péssima e precisa ser trocado, ou sua rotina de lavagem está errada.

CONDICIONADOR... O QUE É ISSO?

Foi-se o tempo que o condicionador era simplesmente para desembaraçar os fios, como fazia a linha Opus, Neutrox ou Yamasterol nas décadas de 80 e 90, que no enxague dava aquela sensação de que o produto ia sair nunca. Dava desespero até o excesso de produto sair, e mesmo assim aquele sebo continuava.

Hoje em dia ainda há produtos assim, principalmente aqueles de marcas populares bem mais baratas do que as populares de melhor qualidade, mas em muito menor quantidade.

Quando um condicionador diz ter função reparadora, pode ler em sua composição a presença da queratina hidrolizada na maioria deles, ou do colágeno. Quando diz ter função nutritiva, há proteínas hidrolizadas, principalmente do trigo e do leite, as mais comuns. E assim por diante.

O condicionador de hoje é parte do tratamento diário dos cabelos. Embora o shampoo comum pouco altere a abertura das cutículas, a função do condicionador, além de oferecer o mínimo de nutrientes necessários, é de equilibrar o pH do cabelo, selando suas cutículas com uma película protetora que evita a perda desses nutrientes ao longo do dia.

O pH do condicionador chega a ser quase neutro, pendendo a uma leve acidez. Mesmo contendo agentes emolientes (que deixam os cabelos mais macios) e umectantes (que tentam manter a umidade natural dentro dos fios, evitando o ressecamento do shampoo), ao contrário do que se imagina, ele não é um hidratante.

A função do condicionador é, além de equilibrar o pH do cabelo, de diminuir a tensão superficial da água, e assim deixa a polaridade dos fios levemente hidrofóbica. Aquela sensação descrita acima, de cabelo ensebado durante o enxague do condicionador, nada mais é do que essa hidrofobia à agua por conta de óleos minerais (derivados do petróleo, o mais encontrado nas composições), óleos vegetais ou silicone, dificultando a retirada do produto dos cabelos.

Óbvio que a concentração desses agentes hidrofóbicos é muito menor hoje em dia, o que facilitou demais a lavagem, cujo residual pós enxague é muito baixo. Há também o fato de alguns óleos naturais serem processados para terem suas moléculas reduzidas, facilitar suas ações hidratantes sem deixar o aspecto pesado, como acontece com os óleos de côco, oliva, macadâmia, argan, amendoa, dentre outros. Assim o uso de produtos com esses componentes é muito mais fácil.

Para um cabelo saudável, o condicionador é parte essencial do processo, desde que muito bem higienizado com o melhor shampoo para seu tipo de cabelo.

COMO ESCOLHER MEU SHAMPOO?

Essa pergunta é bastante complicada, pois o shampoo que é bom para o seu cabelo, pode não ser para o meu, e vice-versa.

Como já explicado no post anterior, o shampoo ideal é o de "fórmula balanceada". Mas como saber?

Os produtos que encontramos no mercado geralmente são:

- Populares: como Dove, Elseve, Garnier, Pantene, Palmolive, Seda, TRESemme, etc.
- Intermediárias: como Avon, Empório Body Store, L'Occitane, Natura, Neutrogena, O Boticário, Payot, Vizcaya, OX, etc.
- Profissionais: como L'Oreal, Kérastase, Kamura, Revlon, Wella, etc.

Os produtos populares hoje em dia são, em sua maioria, aceitáveis, havendo dentro dessas marcas até as linhas mais específicas (e portanto mais caras), que cumprem bem seu papel, como é o caso da Dove Advanced Hair Series, ou a linha Pantene Age Defy e Seda Professionals. Elseve é uma excessão, pois sendo da L'Oreal Paris, todos seus produtos são bastante específicos.

Os produtos intermediários tem um excelente custo benefício, principalmente Natura, O Boticário e Payot, por terem em suas composições uma maior quantidade de extratos naturais. L'Occitane se destaca um pouco mais por conta do seu preço mais elevado e uma qualidade quase impecável de produção, e Avon costuma ser excelente nos finalizadores e produtos de tratamento nutritivo ou reconstrutor. A Neutrogena tem uma linha de tratamento muito mais específica, quase farmacêutica, então todos seus produtos são quimicamente muito balanceados e hipoalergênicos.

As linhas profissionais são sempre bem vindas. São muito específicas, que usam extratos e substâncias mais puras, com informações extras já no próprio rótulo, como o pH do produto, o modo correto de uso e até o tempo de ação. Porém costumam ser muito mais caras e virem em quantidade muito maior, sendo geralmente encontradas apenas nos salões. Hoje em dia é possível encontrar os produtos profissionais em lojas fisicas ou virtuais específicas em embalagens menores, mas o preço nem sempre compensa e os produtos profissionais também não devem ser usados com a mesma frequência de um produto mais doméstico e popular.

Depois de dividir as marcas em grupos e o direcionamento de cada um, agora é necessário relacionar o tipo de shampoo ao tipo de cabelo.

Antigamente era comum ver nos rótulos as informações de CABELOS NORMAIS, CABELOS SECOS ou CABELOS OLEOSOS.

Hoje em dia a indústria cosmética (principalmente aquela direcionada ao tratamento capilar) sabe que a divisão não é mais tão simplória assim. Os rótulos hoje em dia são mais informativos, mas nunca sabemos se o que o rótulo diz é verdade. Quando olhamos as composições, parecem todas a mesma coisa. Então o que muda?

A grosso modo, existem os shampoos transparentes e os opacos (coloridos, perolados ou mais leitosos). Nem todas as marcas trabalham com todos os tipos. É importante saber disso porque os shampoos transparentes costumam ser mais neutros, enquanto os opacos são mais densos e com uma composição mais incrementada para dar cor e consistência, que acabam reduzindo um pouco a ação surfactante e aumentando mais a ação emoliente.

Os cabelos mais oleosos aceitam melhores os shampoos transparentes, enquanto os mais secos aceitam melhor os opacos. Os cabelos mais finos precisam de produtos mais delicados e que merecem maior atenção com os produtos de linhas cosméticas ou profissionais. Os mais danificados, seja por química ou por ação física como escovas e pranchamentos, são mais afins com os shampoos opacos enriquecidos com queratina, ceramidas e colágeno.

Verificar a composição do produto é uma regra. Os shampoos transparentes, como os da Pantene, por exemplo, costumam ter apenas a adição do Pantenol na composição para a ação umectante dos fios sem ser oleoso, enquanto os da Seda se mantém mais na ação detergente, e os da Natura ou O Boticário são muito recomendados porque os ativos umectantes e surfactantes baseados em extratos mais naturais não atrapalham os cabelos já oleosos. Já os shampoos opacos, como os da Elseve, Dove e também Pantene, costumam ter adição de óleos e/ou proteínas hidrolizadas para a ação emoliente.

Agora, descobrir o produto ideal para seu cabelo exige paciência e atenção, já que apenas você irá saber melhor do que qualquer outra pessoa. Mas com essas dicas (que vale dizer: não são regras), fica mais fácil direcionar seus cabelos para um tipo mais certo de produto.

Uma coisa importante é saber que o shampoo não tem uma ação nutritiva e reconstrutora tanto quanto, em ordem de importância, as máscaras capilares, leave ins e condicionadores. Os agentes surfactantes e adstringentes presentes no shampoo dificultam a retenção dessas substâncias durante a lavagem e enxague.

Lembrando que as dicas dadas aqui, bem como em todo o Blog, são para os cabelos lisos aos levemente ondulados. Os cabelos mais encaracolados e crespos necessitam de linhas de tratamentos mais específicas e uma maior atenção aos componentes.

SHAMPOO... O QUE É ISSO?

O shampoo nada mais é do que um detergente. Detergentes são substâncias surfactantes que, em sua molécula, possuem duas estruturas: uma polar (ou hidrofílica), que tem afinidade com a água, e outra apolar (ou hidrofóbica), com afinidade a gordura.

Logo, duas substâncias que não se misturam, como a água e o óleo, conseguem ser agregadas por conta da força das moléculas presentes no detergente, levando com elas a oleosidade e sujeira.

É claro que o detergente que usamos na cozinha não é o mesmo que usamos no banho e vice-versa, embora a função dos dois seja a mesma.

A diferença é que o shampoo possui uma concentração menor de surfactantes, além de ter em sua composição outras substâncias que acabam amenizando os efeitos excessivos do uso contínuo, como o ressecamento dos fios e do couro cabeludo.

Pensando em um shampoo comum e mais puro (sem adição de óleos ou outros agentes), esse ressecamento, ou aquela sensação de fio grosso ou da ponta dos dedos rangendo nos fios depois do enxague, ocorre por causa dos sais presentes, responsáveis por fazer a espuma e agirem como surfactantes (tirando a oleosidade e a sujeira). O potencial hidrogeniônico (pH) do shampoo comum é levemente ácido (entre 5.0 e 6.0), o que não altera muito a abertura das cutículas tanto quanto um pH mais alcalino (acima de 7.0), aquele presente nos de limpeza profunda porque a função do shampoo diário é apenas limpeza superficial.

Logo, a função do shampoo é retirar dos fios a sujeira e oleosidade, mas sem levar junto seus lípidios e nutrientes naturais aderidos às cuticulas.

Soma-se a isso a afinidade do cabelo com a água, aumentada com o uso do shampoo. Por isso os fios ficam mais grudados e difíceis de pentear após o enxague.

Muito se ouve dizer sobre "shampoo de fórmula balanceada". Mas, afinal, o que é uma fórmula balanceada? Apenas a composição é indicada no rótulo, e não a sua fórmula. Não dá pra saber quanto tem de cada componente.

É possível observar durante o enxague que uma fórmula não é balanceada quando há aquela sensação de cabelo mal lavado, ou a sensação de cabelo extremamente limpo e embaraçado. No primeiro caso, há excesso de emolientes e carência no surfactante, e no segundo caso, o contrário.

Portanto, seguindo a lógica, um shampoo não balanceado, com excesso de surfactantes na composição, tende a fazer uma limpeza excessiva, deixando-o seco, sem brilho e enrijecido. Já em um shampoo com carência de surfactante irá deixar o cabelo pesado, opaco e com resíduo excessivo de oleosidade.

O bom shampoo é aquele em que não há o excesso de nenhum dos dois casos e o pH seja neutro (entre 6.0 e 7.0). Mas somos usuários comuns, e não há como sabermos disso. Portanto, durante o enxague, deve-se sentir na ponta dos dedos que os cabelos estão limpos, ao mesmo tempo que a aderência dos fios com a água não seja muito grande.

Só depois de uma boa higienização nos fios que o condicionador deve ser usado. E acreditem, o condicionador é obrigatório para um cabelo saudável.
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